Educação emocional precisa ser parte da rotina, da escuta e do afeto que envolvem o ambiente escolar. Em setembro, esse debate ganha ainda mais força com a campanha Setembro Amarelo e o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10/09).

O tema é urgente, delicado e, muitas vezes, tratado com receio, especialmente quando se trata de crianças e adolescentes. Afinal, como abordar dor, tristeza profunda e prevenção ao suicídio com leveza, responsabilidade e impacto? Como transformar a sala de aula em um espaço seguro para acolher, conversar e fortalecer vínculos?
Esse é uma preocupação silenciosa que atravessa muitas escolas. Educadores querem ajudar, mas sentem que falta preparo. Famílias se preocupam, mas nem sempre sabem como dialogar.
E os estudantes, muitas vezes, não encontram espaço nem vocabulário emocional para nomear o que sentem. É nesse cenário que a educação emocional se torna uma aliada indispensável, não como solução pronta, mas como caminho de escuta, conexão e construção conjunta.
Como tornar o Setembro Amarelo mais do que uma data simbólica?
É preciso ir além do laço amarelo na camiseta. Setembro Amarelo pode e deve ser uma oportunidade de desenvolver práticas permanentes de educação emocional na escola.
Isso começa com a escuta ativa, passa pela mediação de conflitos e alcança atividades que promovam empatia, autoconhecimento e cuidado coletivo.
O importante é garantir que o tema não se resuma a uma palestra pontual, mas que atravesse o currículo e esteja presente nas relações.
Como abordar o tema da prevenção ao suicídio com responsabilidade?
A melhor abordagem é sempre aquela que considera a idade e maturidade dos estudantes, sem sensacionalismo ou tabu.
Ao trabalhar com turmas de diferentes faixas etárias, a escola pode usar recursos como literatura, cinema, jogos cooperativos, rodas de conversa e até produção de textos e podcasts.
Desse modo, o foco não é falar de morte, mas sim de vida, de formas de lidar com a dor, de identificar sinais de alerta e de buscar ajuda. Tudo isso passa, mais uma vez, pela educação emocional.
Qual o papel das famílias nesse processo?
As famílias são parte essencial da rede de apoio dos alunos. Envolver pais e responsáveis nas ações do Setembro Amarelo é fundamental para ampliar o alcance das estratégias.
A escola pode promover encontros com psicólogos, enviar materiais de apoio e criar canais de diálogo contínuo.
Mostrar que educação emocional não se restringe aos muros da escola ajuda a construir um ambiente mais acolhedor em casa e fortalece os vínculos familiares.
Como os educadores podem se preparar melhor?
Não dá para falar de saúde emocional dos alunos sem cuidar da saúde emocional dos educadores.
Desse modo, oficinas, grupos de apoio, supervisões com psicólogos e momentos de escuta interna são algumas formas de fortalecer quem está na linha de frente.
Afinal, ninguém oferece acolhimento se não se sente acolhido. A educação emocional começa por dentro, nos bastidores da escola.
Quais atividades práticas podem ser aplicadas em sala de aula?
A escola pode propor atividades como diários emocionais, rodas de conversa com a pergunta “Como você está de verdade?”, jogos de empatia, mapas de sentimentos e produções artísticas que representem o que é “acolher”.
Além disso, incentivar projetos interdisciplinares sobre saúde mental, bem-estar e pertencimento pode ser uma forma de engajar os alunos de forma criativa.
Tudo isso contribui para uma cultura escolar que respira educação emocional diariamente.
Como envolver a saúde mental na construção do currículo?
O currículo escolar não precisa ser engessado. A abordagem rizomática, por exemplo, permite uma construção mais fluida, onde temas como autocuidado, relações interpessoais e escuta ativa podem estar conectados à linguagem, matemática, ciências ou artes.
Afinal, uma escola que adota essa lógica cria trilhas de aprendizagem afetivas e potentes, em que a educação emocional não é um complemento, mas um eixo central da formação.
Toda transformação começa com acolhimento
Na Rhyzos, acreditamos que nenhuma mudança é possível sem escuta, empatia e conexão humana.
Por isso, defendemos que a educação emocional seja tratada como prioridade nas escolas que desejam formar indivíduos conscientes, saudáveis e preparados para o futuro.
A aprendizagem precisa ser viva, fluida, rizomática, construída com sentido e propósito.
Conheça a Rhyzos! Aqui, transformar a educação é possível e começa com acolher.