Saúde mental não tem idioma fixo, ela fala a língua do acolhimento. Em um colégio bilíngue no interior do país, uma professora percebeu que uma de suas alunas, fluente tanto em português quanto em inglês, começou a se fechar durante as aulas, trocando a fala por silêncio. 

A princípio, os colegas pensaram ser timidez. Mas a educadora, atenta ao comportamento, usou as palavras certas, na língua certa, e abriu espaço para o que realmente importava, o cuidado com as emoções.

Essa é uma cena fictícia, mas pode se passar em qualquer escola. Em ambientes bilíngues, o desafio se amplia. Como falar de saúde mental em duas línguas sem perder a delicadeza do tema? Como respeitar diferenças culturais sem silenciar as dores? 

Em pleno Setembro Amarelo, falar sobre emoções exige empatia, repertório e a escuta ativa, onde cada palavra importa, seja ela dita em inglês ou em português.

Como o ensino bilíngue pode ajudar no acolhimento emocional?

Ambientes bilíngues favorecem o desenvolvimento da comunicação e da escuta ativa, elementos essenciais para lidar com questões emocionais. 

Quando o estudante tem mais de uma língua à disposição para se expressar, ele amplia suas possibilidades de elaborar sentimentos, nomear emoções e buscar apoio. 

Desse modo, trabalhar saúde mental com apoio das duas línguas permite que cada aluno encontre o caminho mais confortável para se abrir. Principalmente quando algumas palavras têm mais força em uma língua do que em outra.

De que forma as diferenças culturais impactam o diálogo sobre saúde mental?

Cultura e linguagem estão profundamente entrelaçadas. Em alguns contextos, falar sobre tristeza ou ansiedade ainda é tabu. 

Em outros, o vocabulário sobre saúde mental é mais naturalizado. Em uma sala bilíngue, esses mundos se encontram e, por isso mesmo, o cuidado precisa ser redobrado. 

Ao discutir o tema, é importante considerar que nem todos os alunos têm o mesmo repertório emocional. Desse modo, o professor se torna um mediador cultural, sensível ao que pode ser dito, como deve ser dito e quando é o melhor momento para dizer.

É possível ensinar empatia em duas línguas?

Sim e deve ser um dos pilares do ensino bilíngue. Trabalhar empatia é oferecer aos alunos oportunidades de se colocar no lugar do outro, ouvir sem julgar, acolher sem corrigir. 

Isso pode ser feito por meio de atividades como leitura de histórias, produção de diários emocionais bilíngues, dramatizações ou rodas de conversa em que o aluno escolhe em qual língua quer participar. 

Essas ações constroem um ambiente seguro para falar sobre saúde mental, e mostram que, antes de qualquer idioma, o mais importante é a conexão humana.

Como lidar com barreiras linguísticas ao tratar de saúde emocional?

Nem sempre o estudante vai encontrar, em inglês, as palavras exatas para explicar o que sente. 

Ou pode não se sentir confortável para expor suas emoções em português se estiver inserido em uma dinâmica onde o inglês predomina. 

Desse modo, o papel da escola é permitir essa escolha, sem forçar uma resposta bilíngue. 

Recursos como glossários emocionais, vídeos, músicas e atividades multimodais ajudam a construir um vocabulário afetivo e a tornar o tema da saúde mental mais acessível e menos intimidante.

Quais estratégias ajudam a abordar o Setembro Amarelo em contextos bilíngues?

Durante o Setembro Amarelo, a escola pode propor atividades integradas ao currículo, como campanhas de escuta ativa (“How are you, really?”).

Além disso, pode apostar na produção de cartas ou bilhetes bilíngues de apoio entre os colegas, debates sobre filmes que tratam da temática ou até podcasts gravados pelos alunos em inglês e português, refletindo sobre sentimentos. 

O objetivo não é apenas falar sobre saúde mental, mas fazer com que os estudantes sintam que têm voz em qualquer idioma e que há espaço para serem ouvidos.

Como preparar os professores para essa missão?

A formação de professores em escolas bilíngues deve incluir não só o domínio linguístico, mas também competências socioemocionais. 

Oficinas, rodas de escuta entre educadores, formação sobre primeiros cuidados em saúde mental e apoio de psicólogos escolares são fundamentais. 

O educador bilíngue não precisa ser especialista em saúde emocional, mas precisa estar preparado para identificar sinais de alerta, saber como acolher e para quem encaminhar. 

Em tempos em que o bem-estar é uma urgência, a escola é ponto de partida para conversas transformadoras.

Prepare seus alunos para um futuro global e emocionalmente saudável

No Twice Ensino Bilíngue, acreditamos que falar dois idiomas vai muito além da gramática. 

É sobre se comunicar com o mundo e com o próprio coração. Por isso, integramos o inglês ao currículo de forma leve, empática e significativa. Desse modo, promovendo aprendizado acadêmico e consciência emocional.

Seja no Setembro Amarelo ou em qualquer época do ano, sabemos que a linguagem transforma. E quando ela vem acompanhada de acolhimento, o impacto é ainda maior.

Acesse Twice e descubra como sua escola pode preparar alunos para viver, sentir e aprender em um mundo bilíngue, conectado e emocionalmente saudável.