Dia Nacional dos Surdos é celebrado em 26 de setembro, mas, para muitos educadores, essa data traz mais do que uma lembrança, é um chamado urgente à ação. Em salas de aula por todo o Brasil, professores enfrentam diariamente o desafio de incluir alunos surdos em processos pedagógicos pensados para ouvintes. 

A falta de intérpretes, materiais acessíveis e formação específica ainda limita o potencial de milhares de estudantes que se comunicam por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Vamos imaginar a trajetória de uma professora dedicada, que deseja acolher um aluno surdo recém-chegado à turma. Ela tenta adaptar suas aulas, busca vídeos, consulta colegas. 

Mas ainda sente que não consegue criar um ambiente verdadeiramente inclusivo. Esse sentimento de impotência é comum. E é justamente aí que o Dia Nacional dos Surdos se transforma em oportunidade de refletir, aprender e transformar a educação.

Como transformar o Dia Nacional dos Surdos em ação concreta?

O Dia Nacional dos Surdos pode ser um ponto de partida para revisitar políticas pedagógicas, promover rodas de conversa com estudantes e abrir espaço para que vozes surdas sejam ouvidas. 

Uma prática simples, como convidar um palestrante surdo para conversar com os alunos, já provoca empatia, diálogo e desconstrução de preconceitos. 

O protagonismo precisa estar nas mãos das pessoas surdas e isso começa com escuta ativa e participação.

Por que aprender Libras é papel de todos na escola?

A Libras é a segunda língua oficial do Brasil. Portanto, promovê-la é garantir o direito à comunicação plena. 

Quando apenas intérpretes conhecem Libras, o aluno surdo continua isolado nas interações informais. 

Mas quando professores, colegas e funcionários dominam ao menos o básico, esse aluno passa a pertencer e não apenas a estar presente. 

Desse modo, o Dia Nacional dos Surdos nos lembra que a inclusão não depende só de estrutura, mas também de vontade coletiva.

Como adaptar o currículo sem excluir?

Adaptar não é reduzir, é reconhecer a diversidade de modos de aprender. Textos com recursos visuais, vídeos com legendas e atividades que valorizem expressões visuais favorecem todos os alunos, não apenas os surdos. 

Desse modo, é possível trabalhar os mesmos conteúdos com múltiplas linguagens. Afinal, o currículo deve ser uma ponte entre o saber e o estudante, e não uma barreira. 

No Dia Nacional dos Surdos, é essencial questionar: estamos ensinando para todos ou apenas para os que ouvem.

Qual é o papel da família nesse processo?

A inclusão começa em casa. Famílias que aprendem Libras junto com os filhos, que participam das reuniões escolares e que mantêm diálogo aberto com os educadores são agentes fundamentais dessa transformação. 

Muitas vezes, famílias de alunos surdos também enfrentam isolamento social. Desse modo, a escola pode e deve ser um espaço de acolhimento e orientação. 

No Dia Nacional dos Surdos, criar eventos que envolvam pais, mães e responsáveis é uma forma de ampliar essa rede de apoio.

Como lidar com os desafios na formação docente?

A maioria dos cursos de licenciatura no Brasil ainda não prepara professores para a educação bilíngue ou para o uso de Libras em sala. 

Muitos aprendem na prática, com esforço próprio. Por isso, é urgente reformular currículos da formação inicial e garantir formações continuadas acessíveis e eficazes. 

A escola precisa reconhecer esse esforço e investir em capacitação. O Dia Nacional dos Surdos nos convida a perguntar: que tipo de educador estamos formando?

É possível reinventar a escola para incluir de verdade?

Sim, mas isso exige coragem para mudar rotas, rever métodos e, principalmente, ouvir. 

A inclusão não é um destino final, mas um processo contínuo, rizomático, como defende a abordagem da Rhyzos. 

Nessa perspectiva, a aprendizagem se constrói de forma orgânica, fluida e sem hierarquias rígidas. 

Afinal, o aluno surdo não precisa se adaptar à escola, é a escola que deve se reorganizar para acolher cada um em sua singularidade.

Acolher é transformar!

Na Rhyzos, acreditamos que toda transformação começa no acolhimento. E que uma educação realmente inclusiva só é possível quando todas as vozes, inclusive as visuais, são ouvidas. 

O Dia Nacional dos Surdos é mais que uma data, é um marco para repensar o presente e criar um futuro onde nenhuma criança precise lutar para ser compreendida.

Acesse Rhyzos e descubra como a abordagem rizomática pode inspirar novas formas de ensinar e aprender. Educar é escutar, mesmo quando o som não vem pelos ouvidos.