A educação é um dos principais meios de mudança social. É por meio dela que a sociedade desenvolve os seus cidadãos e define o seu presente e o seu futuro. No Brasil, a realidade está longe de ser das melhores. Entre 79 nações avaliadas pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2018, o país ficou em 64º colocação em letramento científico, 57º em leitura e 70º em matemática. Já no TOEFL, ocupou o 43º lugar no ranking.
Além de políticas públicas, a reviravolta na área depende de gestores escolares compromissados com estudantes, docentes e demais colaboradores. Mas não de qualquer perfil. Para mudar a educação, é necessário que os profissionais sejam capazes de inovar como que se dá o processo educacional. Para isso, precisam executar diversas funções, bem como buscar atualização constante.
A seguir, confira como deve ser a atuação de um gestor escolar inovador – tanto em instituições regulares como bilíngues!
Índice
- O que faz um gestor escolar
- Como ser um gestor escolar inovador
- Tendências na gestão escolar inovadora
- Como montar um projeto pedagógico inovador
- Cases de escolas inovadoras
1. O que faz um gestor escolar
O gestor escolar cumpre funções administrativas e gerenciais, atuando como uma espécie de maestro. É ele quem rege os estudantes e a comunidade escolar (professores, colaboradores e pais) durante a elaboração e a execução do Projeto Político Pedagógico (PPP) da instituição de ensino.
Cada atitude e decisão deve ter como principal objetivo propiciar acesso a uma educação de qualidade, formadora de cidadãos resilientes e capazes de lidarem com os desafios contemporâneos. Ou seja, aqueles relacionados à globalização, dinamicidade no mercado de trabalho e crescente preocupação com as mudanças climáticas, por exemplo.
Oportunizar o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais também é importante – e impacta diretamente a sociedade. É o que indica o Ideb-Enem, um novo índice de qualidade do ensino básico criado na Universidade de São Paulo (USP). Os dados mostraram que os municípios que melhoraram o nível de educação apresentaram queda de 25% nos homicídios e óbitos por causas externas e aumento de 200% nas taxas de empregos entre os jovens e de 15% nas matrículas no ensino superior.
Para garantir estes e outros resultados positivos, a escola precisa ser um ambiente horizontal e colaborativo, em que alunos e professores são escutados e têm suas necessidades atendidas. Ao mesmo tempo, o gestor deve analisar as informações pertinentes ao funcionamento da rotina da escola para que possa identificar lacunas, oportunidades e melhorias no processo de aprendizagem.
Além disso, a gestão escolar inclui funções como:
- Aproximar as famílias dos alunos da escola;
- Garantir o cumprimento do calendário escolar;
- Gerir os recursos humanos, materiais e financeiros da instituição de forma responsável e transparente.
2. Como ser um gestor escolar inovador
É evidente que fazer a gestão escolar é uma grande responsabilidade. E a cada mudança na sociedade a função se torna mais complexa. De frente a um novo contexto, o gestor deve buscar meios de atender as necessidades da comunidade escolar. Para isso, o melhor caminho é a inovação.
Um gestor escolar deve estar ciente da complexidade da tarefa e de que o princípio da inovação precisa estar presente em todos os ambientes da instituição, bem como previsto no PPP. A partir dessa noção, é importante considerar sociais, comportamentais, emocionais, esportivos, artísticos e outros relacionados ao contexto em que cada aluno está inserido. Só então o profissional compreenderá as realidades dos indivíduos e poderá agir com eficácia. Ao mesmo tempo, a estratégia demanda atualização sobre as tendências no ensino, entre elas o bilinguismo.
A sala de aula também deve ser atingida pela inovação, ganhando cores vibrantes, estimulando todos os cinco sentidos e facilitando a interação entre os membros da comunidade escolar, além de contar com uma distribuição de classes diferente das tradicionais fileiras. Uma opção é dispor os estudantes em rodas, semicírculos ou outro formato propício à atividade proposta pelo docente.
Porém, não basta o gestor escolar buscar soluções inovadoras. O corpo docente precisa saber colocar tudo isso em prática. Assim, a coordenação deve oferecer condições para que os professores participem de capacitações profissionais – inclusive dentro da escola, com a troca de conhecimentos, por exemplo. Os docentes também podem assistir as aulas dos colegas e observar como cada um trabalha, o que trará insights para a rotina em suas próprias disciplinas.
3. Tendências na gestão escolar inovadora
Acompanhar estudos e debates e trocar experiências com colegas de profissão favorece o acesso do gestor escolar às tendências no setor educacional. Atualmente, elas giram em torno de modos mais eficazes de ensino e do uso de tecnologias, entre outros temas.
A educação atual demanda cidadãos resilientes a mudanças no mercado de trabalho e portadores de habilidades socioemocionais como empatia, trabalho em equipe e liderança. Já é vastamente sabido que essas capacidades são mais facilmente desenvolvidas por meio da aplicação de metodologias ativas, como sala de aula invertida e aprendizagem baseada em problemas (ABP ou PBL, na sigla em inglês).
A abordagem transforma os professores em facilitadores da construção de conhecimento e diminuem o uso de aulas meramente expositivas – em que os alunos têm papel passivo. O objetivo, aqui, é fazer com que o ensino faça sentido para as turmas e se dê de forma integrada e contextualizada. A estratégia não apenas melhora o engajamento como também contribui para o estabelecimento de vínculos de respeito e cooperação entre docentes e estudantes.
Ao mesmo tempo, o mundo se torna cada dia mais tecnológico. Portanto, as escolas precisam fazer o mesmo movimento. Isso é possível por meio de laboratórios makers e uso de inteligência artificial, por exemplo. Os estudantes também podem acessar plataformas adaptativas, em que constroem trilhas de aprendizado condizentes com as suas dificuldades e necessidades.
Outra tendência é a abordagem de temas relacionados ao meio ambiente, como resposta à crescente preocupação com a crise climática e seus impactos no futuro no planeta Terra. Nesse caso, é possível propor atividades de conscientização sobre coleta seletiva, reaproveitamento da água da chuva e uso de energia solar.
Já a adoção do ensino híbrido durante a pandemia jogou luz em novas possibilidades de atividades à distância. Os professores podem usar recursos virtuais como plataformas interativas e jogos.
4. Como montar um projeto pedagógico inovador
Conhecendo os problemas enfrentados pelos indivíduos que formam a escola, o gestor deve partir para o planejamento de um Projeto Político Pedagógico capaz de preencher estas lacunas e atingir os objetivos traçados. O processo conta com quatro etapas. São elas:
- Escuta das pessoas interessadas ou impactadas pelo projeto para conhecer as necessidades do público-alvo e definir metas e objetivos claros e possíveis;
- Revisão de trajetória e prioridades;
- Pequenas entregas semanais;
- Definição de um plano de comunicação com linguagem acessível ao público-alvo, bem como de datas para comunicar cada grupo da comunidade escolar sobre o andamento da construção do PPP. Também deve haver meios de receber e dar feedback.
Além disso, o processo demanda disponibilidade de orçamento e de pessoal. Outro ponto importante é a viabilidade, o que pode ser conquistado por meio de parcerias com organizações e empresas tanto na elaboração quanto na execução dos planos.
5. Cases de escolas inovadoras
O Brasil e o mundo contam com diversas escolas inovadoras que podem inspirar os gestores escolares a revolucionarem o ensino nas instituições em que atuam. Confira três exemplos.
- Instituto Gabriela Leopoldina (IGL): A instituição de ensino de Belo Horizonte (MG) divide os estudantes de 12 a 18 anos em casas como as da saga de livros e filmes Harry Potter. No entanto, os nomes são diferentes: Atena, Mutantes, Charlie Brown Jr., Napoleão e Luther King. Os alunos escolhem de qual querem fazer parte a partir dos valores e das diretrizes de cada grupo, o que incentiva a identificação e a construção de uma identidade, além de ajudar no desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais.
- Projeto Âncora: A escola de ensino básico localizada em Cotia, no estado de São Paulo, define os roteiros de aprendizagem a partir dos interesses, necessidades e sonhos dos estudantes. Tem como principais objetivos formar cidadãos autônomos, responsáveis e comprometidos na construção de um projeto de sociedade e melhorar a realidade de crianças e adolescentes de baixa renda. Os alunos passam por espaços de construção de conhecimento, sem serem separados por séries ou idades.
- Escola Técnica Estadual Cícero Dias: Foi criada em Recife (PE) para fazer parte do Núcleo Avançado em Educação (NAVE) e é um resultado da parceria entre o Oi Futuro e a Secretaria de Estado de Educação de Pernambuco. O currículo gira em torno da educação profissional e do desenvolvimento da criatividade e da capacidade de solução de problemas. Faz isso ao aliar o ensino médio tradicional em turno integral às formações técnicas nas áreas de multimídia e programação de jogos digitais.
O Twice Oferecer um ensino bilíngue também é uma forma de agregar inovação na escola. Deseja implementar o bilinguismo na sua instituição? Então entre em contato com o Twice! O portfólio conta com livros didáticos, plataforma digital de treinamento, materiais pedagógicos, supervisões anuais, suporte online, palestras para os pais, assessoria de marketing e consultoria para contratação de professores.