O que um gestor deve saber para implementar a educação bilíngue

O modelo atual de educação bilíngue começou a ganhar espaço no Brasil a partir dos anos 90. De lá pra cá, as instituições que promovem currículos em dois idiomas no ensino básico se consolidaram e chegaram ao marco de 1,2 mil unidades no território nacional, segundo a Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi).

Porém, a realidade mostra uma nação ainda distante de ser bilíngue. O Brasil ocupa a 58ª posição no ranking de proficiência em inglês, conforme dados do EF EPI sobre 111 países ou regiões. Mas existem oportunidades para ampliar a disponibilidade de negócios na área, já que um estudo do British Council mostrou que apenas 5% da população é fluente e 40% deseja aprender a língua inglesa.

Tamanho público deve contar com opções de ensino de qualidade. E se a melhor fase para aprender uma nova língua é a infância, é a partir daí que devem ser dedicados esforços e investimentos, com o suporte de gestores capacitados. E para ajudar nesta tarefa, o Twice, enquanto empresa de referência no assunto, montou um guia sobre a implementação de um programa bilíngue.

Índice

  1. Regulamentações sobre educação bilíngue
  2. Formação do grupo de professores
  3. Preparo da comunidade escolar
  4. Relação transparente com pais e alunos
  5. Acompanhamento do desempenho da educação bilíngue
  6. Ambiente multicultural
  7. Investimento em tecnologia

1. Regulamentações sobre educação bilíngue

Uma coisa certa sobre qualquer negócio é a necessidade de seguir a legislação e os regulamentos do setor. No caso da educação, o principal guia das atividades é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em 2017.

O documento estabelece o inglês como única língua adicional obrigatória nos anos finais dos ensinos fundamental e médio. As atividades nas instituições devem ser baseadas na vivência e imersão na cultura do idioma, além da ampliação do repertório e da visão de mundo dos alunos. Isso sem esquecer de trabalhar a capacidade de os indivíduos promoverem melhorias na comunidade em que estão inseridos e desenvolverem competências necessárias para lidar com os desafios do século XXI.

As instruções podem ser expandidas, caso ocorra a homologação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a oferta de Educação Plurilíngue, aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2020. Entre as determinações do documento está a porcentagem do currículo que deve ser dedicada à educação plurilíngue em cada etapa do ensino da seguinte forma:

  • Educação infantil e no ensino fundamental: 30% a 50%;
  • Ensino médio: no mínimo, 20% (não há máximo devido à possibilidade de oferta de itinerários formativos na segunda língua).

As diretrizes também caracterizam a atuação das instituições de ensino, sendo as principais:

  • Escola com carga horária estendida em língua adicional: segue a legislação nacional, e conta com currículo em português e programa bilíngue no período “extra” (de três a cinco horas, nos modelos ofertados pelo Twice);
  • Escola bilíngue: tem carga horária estendida e usa a segunda língua em, no mínimo, 50% do currículo (que obedece às normas brasileiras);
  • Escola internacional: o currículo segue o padrão do país ao qual a instituição é vinculada, sendo cerca de 80% em outro idioma e 20% em português.

2. Formação do grupo de professores

Outro aspecto que pode mudar com a homologação das diretrizes para a educação plurilíngue são os requisitos mínimos para os docentes contratados. São os seguintes:

  • Diploma de ensino superior em letras, pedagogia ou licenciaturas;
  • Formação complementar em educação bilíngue via cursos de extensão com, no mínimo, 120 horas, podendo ser pós-graduação ou mestrado reconhecido pelo MEC;
  • Comprovação de proficiência, no mínimo, em nível B2 no Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (CEFR, na sigla em inglês).

Atualmente, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e a BNCC exigem somente a formação também citada pelo documento aprovado pelo CNE em 2020, que, por não estar homologado, ainda não precisa ser seguido pelas instituições com programa bilíngue. Entretanto, a adequação é positiva para se antecipar às possíveis mudanças, o que tem sido feito por algumas escolas, que requisitam resultados em provas como o IELTS e TOEFL.

Em países em que o bilinguismo está em patamares mais avançados, a garantia de qualidade do ensino se dá por meio da adoção de critérios nacionais e internacionais para avaliar a aptidão dos professores que desejam atuar na área. Isso ocorre pela apresentação dos resultados de testes de proficiência, por exemplo.

No Brasil, a contratação para o ensino bilíngue enfrenta dificuldades, que podem ser superadas por meio da formação inicial e continuada do corpo docente. O serviço é oferecido pelo Twice e sua holding, a Rhyzos.

3. Preparo da comunidade escolar

Apesar dos professores serem um pilar fundamental do processo pedagógico, toda a comunidade escolar precisa estar capacitada para promover um ensino de qualidade. E esta é uma das funções da coordenação pedagógica, também responsável por estruturar um Projeto Político Pedagógico (PPP) baseado na imersão na língua estrangeira.

Nesse sentido, é necessário que gestores, coordenadores e outros colaboradores estejam atualizados sobre as tendências e novidades na educação bilíngue. Assim, estarão aptos a aplicarem os métodos e as ferramentas mais eficazes em sala de aula, atingindo melhores resultados de aprendizagem. Além disso, todos os funcionários da instituição devem receber materiais que permitam acompanhar as atividades escolares.

4. Relação transparente com pais e alunos

Em um contexto de implementação de uma nova metodologia de ensino, como é o caso da educação bilíngue, estabelecer um diálogo constante e transparente com pais e alunos é ainda mais importante. Dessa forma, os integrantes da comunidade escolar ficam cientes sobre as atividades da instituição e compreendem a função de cada uma delas.

Além disso, acompanhar o desempenho dos estudantes e compartilhar os achados com os pais ou responsáveis é peça-chave para integrar os familiares na rotina da escola com programa bilíngue e prestar contas do que tem sido praticado na sala de aula. Manter uma comunicação eficiente também é útil para esclarecer dúvidas e contribui para a fidelização dos clientes. O Twice, por exemplo, ajuda na tarefa ao oferecer apoio para a realização de palestras e aulas abertas que visam informar a respeito da metodologia aplicada.

5. Acompanhamento do desempenho da educação bilíngue

Uma vez feita a implementação do ensino bilíngue, é hora de acompanhar o desempenho dos alunos. E a tarefa exige a ciência de que cada indivíduo é único e apresenta necessidades particulares, portanto, é normal que existam diferentes respostas à introdução de uma nova língua na rotina escolar. Ao mesmo tempo, é imprescindível que haja a adequação do material e das estratégias de ensino para as demandas individuais e o alcance de resultados satisfatórios.

Pensando nisso, o Twice oferece ao menos duas visitas anuais para realizar palestras, feedbacks individuais e observar as aulas, o que permite emitir relatórios de acompanhamento. O documento tem como objetivo ajudar no controle de qualidade e aperfeiçoar a metodologia de ensino.

6. Ambiente multicultural

Se a BNCC trata o ensino de uma língua estrangeira como uma forma de ampliar os conhecimentos sobre o mundo, a educação bilíngue deve ir além de apenas ensinar as regras gramaticais e de fala. Para isso, é necessário oferecer atividades que permitam a imersão dos alunos na segunda língua. Isso pode ocorrer através de materiais didáticos, atividades extracurriculares ou em diferentes situações no cotidiano da instituição. São exemplos:

  • Apresentação de peças de teatro;
  • Excursão para a exposições;
  • Vídeo chamada com estudantes da mesma faixa etária residentes de outros países.

7. Investimento em tecnologia

As tecnologias educacionais estão cada vez mais presentes no cotidiano das escolas, incluindo as que contam com programa bilíngue. As ferramentas digitais ampliam as possibilidades e abordagens de uma língua estrangeira nas salas de aula, sendo interessante o seu uso em exercícios de conversação, listening e gramática. Vale ressaltar que a escolha do material didático pode ter um papel importante no ensino da escola.

Alguns exemplos de tecnologias educacionais que podem ser usadas na educação bilíngue são:

  • Gamificação: consiste na aplicação de elementos de jogos eletrônicos em sala de aula, trazendo ludicidade e aumentando o engajamento dos alunos;
  • Chatbots: é o uso de inteligência artificial para a simulação de diálogos, inclusive em outros idiomas;
  • Realidade estendida: engloba conceitos de realidade virtual e aumentada para gerar imersão em um universo digital.